Ficou portanto estabelecido, após um longo e solitário passeio, duas noites e três sopas que, dois pontos:
Grande espaço em branco.
Depois voltei à habitual vida. É por isso que gosto de decisões, mesmo assim repentinas. Reticências.
Talvez depois de amanhã tome outra, ou confirme esta; talvez. Parágrafo.
Por agora vou aceitando passiva e tranquilamente as decisões que os outros travessão ou as coisas travessão tomam por mim. Dois pontos: um Ricard numa esplanada; sopa de grão com espinafres; batatas salteadas em sobrasada; outro longo passeio. Ponto. Nenhuma destas foi uma decisão minha, vírgula, embora alguém exterior abre parênteses um marciano, por exemplo fecha parênteses o pudesse pensar legitimamente que sim foram.
O tempo, por exemplo. Pausa.
Tão pouco é uma decisão minha. Dez doze nós de vento, temperatura amena a tender para o fresco, nebulosidade fraca - cumulus e (poucos) stratocumulus. Nada disto é decisão minha, embora aprecie e beneficie deste tempo outonal, agradável, sentado numa esplanada a beber Ricard afagado pelo vento, pelo fraterno vento.
De onde estou não consigo ver se é norte sul leste ou oeste. Vejo pelas nuvens: sudoeste. O vento segue as ruas; tão pouco é decisão dele a direcção.
Sudoeste. Reticências. Ainda bem que não estou a caminho de Gibraltar. Ponto final.
Devia haver pontos iniciais, pontos intermédios e pontos suspensos nas páginas, entre as palavras. Devia haver pontos em três dimensões, como a vida; vírgulas repentinas, como algumas decisões; e pontos de exclamação como cada olhar de alegria; pontos de espanto, como a sorte; travessões como o tempo entre um passo e outro; parênteses largos como a vida para arrumar as sopas, os Ricard, as batatas salteadas, o amor, a felicidade.
E o mar, que agora está entre parênteses, vírgula, reticências, ponto de interrogação.
Grande espaço em branco.
Depois voltei à habitual vida. É por isso que gosto de decisões, mesmo assim repentinas. Reticências.
Talvez depois de amanhã tome outra, ou confirme esta; talvez. Parágrafo.
Por agora vou aceitando passiva e tranquilamente as decisões que os outros travessão ou as coisas travessão tomam por mim. Dois pontos: um Ricard numa esplanada; sopa de grão com espinafres; batatas salteadas em sobrasada; outro longo passeio. Ponto. Nenhuma destas foi uma decisão minha, vírgula, embora alguém exterior abre parênteses um marciano, por exemplo fecha parênteses o pudesse pensar legitimamente que sim foram.
O tempo, por exemplo. Pausa.
Tão pouco é uma decisão minha. Dez doze nós de vento, temperatura amena a tender para o fresco, nebulosidade fraca - cumulus e (poucos) stratocumulus. Nada disto é decisão minha, embora aprecie e beneficie deste tempo outonal, agradável, sentado numa esplanada a beber Ricard afagado pelo vento, pelo fraterno vento.
De onde estou não consigo ver se é norte sul leste ou oeste. Vejo pelas nuvens: sudoeste. O vento segue as ruas; tão pouco é decisão dele a direcção.
Sudoeste. Reticências. Ainda bem que não estou a caminho de Gibraltar. Ponto final.
Devia haver pontos iniciais, pontos intermédios e pontos suspensos nas páginas, entre as palavras. Devia haver pontos em três dimensões, como a vida; vírgulas repentinas, como algumas decisões; e pontos de exclamação como cada olhar de alegria; pontos de espanto, como a sorte; travessões como o tempo entre um passo e outro; parênteses largos como a vida para arrumar as sopas, os Ricard, as batatas salteadas, o amor, a felicidade.
E o mar, que agora está entre parênteses, vírgula, reticências, ponto de interrogação.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.