A Martinique em geral e o Marin em particular acolheram-nos bem: uma boleia inesperada, um excelente jantar no Vieux Foyal, beijos, abraços e uma proposta de emprego ao ano. A ver se conseguimos os papéis e a vontade para ele.
De resto, está tudo na mesma; S, a diminuta e roliça dona do restaurante A la Maison, no Marché Couvert, ainda se lembrava do meu nome: "Louis, como o meu marido". O frango estava delicioso; e uma porção deu para os dois. Só tenho pena de não poder preceder a coisa com um ti punch, mas enquanto determinados níveis de determinadas substâncias no sangue não voltarem ao normal não há ti punch. Deus (se existisse) e muitos proprietários de cafés, bares e restaurantes por esse mundo fora sabem que não me tenho preocupado muito com o corpo. Mas no outro dia em Palma apanhei um susto, e o meu médico adorado diz-me "e vai apanhar mais como esse, se não tomar cuidado". De maneira agora "tomo cuidado": ando muito, como menos, e resisto ao apelo do ti punch.
No Mango Bay também se lembravam de mim. J., o proprietário, fez-me a habitual declaração de amor; as empregadas são quase todas as mesmas e deram-me muitos beijinhos; a vista para a marina, cheia a abarrotar, continua única.
Não é Antigua, mas está lá perto. Com um bocadinho de sorte terça-feira temos uma boleia para St. Martin; e de St. Martin a Antigua é um pulo.
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Esta história das qualificações é uma seca; bem podia ter esperado uns anitos para tomar esta envergadura. Até para deckhand pedem Yacht Master Offshore! Um curso da Escola Náutica e trinta anos de experiência pesam muito pouco, quase nada.
Eu percebo, claro. E a metade má de mim até concorda; mas a boa metade, a anarquista, caótica, vagabunda, apaixonada pelo mar - a metade livre, numa palavra - continua a resistir. A ter vontade de "os" mandar a todos para a pata que os pôs. De fazer, como sempre, o que lhe dá na gana e só o que lhe dá na gana. Algo me diz que essa metade vai, em breve, ter de engolir alguns sapos.
Se ao menos os pudesse acompanhar por um ti punch bem puxado...
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Sei perfeitamente onde é a minha casa: um veleiro a mil milhas da costa mais próxima. O cemitério é na piscina, o que demonstra o extraordinário e criativo espírito reciclador do arquitecto. E não tem jardim, seja Deus louvado.
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Às vezes penso nos carrinhos de choque parados no meio da pista, quando se acaba a volta. Iam todos a caminho de um sítio qualquer, ou nenhum; mas acabou-se-lhes o tempo e por ali ficam, quedos e tristes até alguém pegar neles outra vez, a electricidade voltar e eles poderem recomeçar as suas inúteis voltas e choques.
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Qualquer dia estou no mar. O resto é conversa de tantes. (É bom, regressar ao francês).
De resto, está tudo na mesma; S, a diminuta e roliça dona do restaurante A la Maison, no Marché Couvert, ainda se lembrava do meu nome: "Louis, como o meu marido". O frango estava delicioso; e uma porção deu para os dois. Só tenho pena de não poder preceder a coisa com um ti punch, mas enquanto determinados níveis de determinadas substâncias no sangue não voltarem ao normal não há ti punch. Deus (se existisse) e muitos proprietários de cafés, bares e restaurantes por esse mundo fora sabem que não me tenho preocupado muito com o corpo. Mas no outro dia em Palma apanhei um susto, e o meu médico adorado diz-me "e vai apanhar mais como esse, se não tomar cuidado". De maneira agora "tomo cuidado": ando muito, como menos, e resisto ao apelo do ti punch.
No Mango Bay também se lembravam de mim. J., o proprietário, fez-me a habitual declaração de amor; as empregadas são quase todas as mesmas e deram-me muitos beijinhos; a vista para a marina, cheia a abarrotar, continua única.
Não é Antigua, mas está lá perto. Com um bocadinho de sorte terça-feira temos uma boleia para St. Martin; e de St. Martin a Antigua é um pulo.
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Esta história das qualificações é uma seca; bem podia ter esperado uns anitos para tomar esta envergadura. Até para deckhand pedem Yacht Master Offshore! Um curso da Escola Náutica e trinta anos de experiência pesam muito pouco, quase nada.
Eu percebo, claro. E a metade má de mim até concorda; mas a boa metade, a anarquista, caótica, vagabunda, apaixonada pelo mar - a metade livre, numa palavra - continua a resistir. A ter vontade de "os" mandar a todos para a pata que os pôs. De fazer, como sempre, o que lhe dá na gana e só o que lhe dá na gana. Algo me diz que essa metade vai, em breve, ter de engolir alguns sapos.
Se ao menos os pudesse acompanhar por um ti punch bem puxado...
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Sei perfeitamente onde é a minha casa: um veleiro a mil milhas da costa mais próxima. O cemitério é na piscina, o que demonstra o extraordinário e criativo espírito reciclador do arquitecto. E não tem jardim, seja Deus louvado.
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Às vezes penso nos carrinhos de choque parados no meio da pista, quando se acaba a volta. Iam todos a caminho de um sítio qualquer, ou nenhum; mas acabou-se-lhes o tempo e por ali ficam, quedos e tristes até alguém pegar neles outra vez, a electricidade voltar e eles poderem recomeçar as suas inúteis voltas e choques.
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Qualquer dia estou no mar. O resto é conversa de tantes. (É bom, regressar ao francês).
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.