Há o vento, o sol, o calor e o sal do mar que o vento traz; há isto tudo e mais muito. Não chega para substituir o que não há, nada chega, é como querer apagar um vulcão com uma chaleira pequena, mas assim mesmo é muito o que há. Há barcos e vela e gente na qual por vezes me reconheço, há um vocabulário que é o meu, gestos que tantas vezes tantas vezes tantas vezes.
Há o abençoado rum, a Mount Gay celebra em breve 310 anos de vida, 310 anos a distribuir remédios d'alma, é muito, muito, não conheço farmacêutica mais eficaz, remédio cujos efeitos secundários sejam tão bons como os primários.
Há o futuro, claro, que não é de certeza a esfera suja, amachucada e oca que hoje parece ser. Há corpos, sorrisos, há luz, há um cão que desistiu de ladrar ao carro que se afasta, há um oxímoro - pena de morte - e um suave eufemismo - pena de vida - ; há tudo isso e isso tudo, que não chega para substituir o que não há, mas é tudo o que há, e é com isso que vais ter de construir o que será e destruir o que foi.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.