Chinandega, a cidade da qual a marina Puesta del Sol está mais perto tem aproximadamente centro e trinta mil habitantes. A economia da cidade e da região de que é capital é predominantemente agrícola. Marvin, o condutor do táxi que nos leva para a cidade diz-me, com uma ponta de orgulho mal disfarçada (ou estarei a imaginar, esse orgulho? É o mais provável) que Chinandega é a cidade do país que paga mais impostos, a seguir a Manágua.
O que me marca quando chego é a semelhança com uma cidade equivalente no Brasil: a mesma sujidade, o mesmo aspecto desleixado, o mesmo barulho nas lojas e em todo o lado.
Pouco me interessam as semelhanças, na verdade. Interessam-me mais as particularidades, as diferenças; e de qualquer forma está demasiado calor para passear; felizmente, porque não há rigorosamente nada para ver. Com algum esforço encontramos um sítio para beber café; péssimo, deslavado, fraco, sem ponta por onde se lhe pegue.
Acabamos no bar Paparazzi a beber rum. É a minha maneira favorita de conhecer uma cidade: sentar-me num bar e beber meia dúzia de copos da bebida local (passa-se o mesmo com as senhoras: melhor começar a conhecê-las pelos vícios do que pelas virtudes. Aqueles não enganam ninguém; não se podem esconder muito tempo, nem escondem. Estas são fáceis de fingir, vestem-se e mudam-se como uma blusa).
A tarde foi agradável. E. é decididamente uma boa companhia, e A. igualmente. Voltámos para o supermercado, ponto de encontro com Marvin, numa caponera, um triciclo a pedais. Pensei que havia lugar para duas pessoas apenas, mas o senhor disse-me que não, a lotação é de três passageiros. Não estou habituado a andar de bicicleta como passageiro, e estava com uma certa má consciência por causa do peso. Sou magrinho e pequenino, mas apesar disso mal cabíamos no assento.
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