23.5.13

Um jantar improvisado - Frango em leite de coco

O dia foi uma merda, não vale a pena começar por aí.

Estou em Golfito, um golfo pequeno dentro de outro maior (Golfo Dulce, "o maior golfo tropical do mundo", diz-me um americano com a mania que os americanos têm de que alguma coisa é sempre a maior do mundo). O sítio é lindo, apresso-me a esclarecer, mas a porra da chuva não pára de chover (à tarde. De manhã não chove), que é a época dela. "É o lugar mais pluvioso onde jamais vivi", diz-me outro americano; o que serve para demonstrar que o homem nunca viveu na África Central (e é palerma, mas as três coisas não estão relacionadas - ou deveria dizer quatro? O dia de merda também conta).

A verdade é que chove, e é por isso que a rain forest [alguém me pode ensinar a dizer isto em português? Obrigado] é o que é.

A bordo tinha um frango, três latas de leite de coco - das quais só utilizei duas - e feijão verde. Tenho também uma colecção boa de especiarias, e - sobretudo - uma necessidade muito grande de cozinhar; que isto do rum não chega a todas.

Comecei, o truque é velho, por marinar o dito frango em sumo de limão e sal; depois acrescentei alecrim, pimenta de Cayenne e piripiri moído, porque queria fazer uma receita à la Leonor.

Quando foi para o tacho alourar em azeite levou mais paprika (uma paprika fumada da McCormick Gourmet Colection que recomendo vivamente) e um bocadinho de salsa seca. Alourado o frango - seria uma franga? - pus uma das latas de leite de coco e noz. moscada. Ia estragando tudo; a solução foi: outra lata de leite de coco e um splash de rum.

Que delícia me saíu a coisa.

Na panela ao lado - será importante, a panela ao lado? Há quem pense que sim, quem diga não - cozia uma canja com a carcaça do frango. Foi um jantar franganal, mas bom, tão bom.

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