A questão é a mesma de sempre: uma carícia substitui o conhecimento, complementa-o, completa-o? Intuitivamente responderia sim às três perguntas; não se excluem.
Uma carícia substitui o conhecimento se for esse o seu objectivo; complementa-o e completa-o nas mesmas circunstâncias. O que interessa é o objectivo.
Uma carícia pode ser um fim em si mesma, se a recipiente o quiser. Ou um complemento, se ela o achar necessário.
Uma carícia sem uma vontade expressa da recipiente não é nada. É um gesto. Os gestos não são nada sem as palavras; a recíproca também é verdade: uma palavra sem gesto não passa de som. Uma carícia é uma dualidade, uma ambiguidade, o encontro de duas vontades, duas peles, dois.
Há palavras mais inócuas do que outras. São as que ferem mais. Há gestos inconsequentes. São os que magoam menos. Uma mão num seio vale menos do que amo-te? Magoa mais?
Depende do seio, da mão, do que os move. Tu não és um seio, eu não sou esta mão.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.