Todos os dias vou ao hospital. Comer o pequeno-almoço: o meu hotel não tem restaurante e fica ao lado do Hospital Nacional.
A comida é boa, mas estranhamente pouco dietética; fritos, molhos, poucos vegetais ou legumes. O que mais me agrada é o estado de limpeza, a ausência total de confusão, a ordem. Parece um hospital suíço.
Mas a verdade é que também todos os dias me pergunto como serão os cuidados médicos. Os nossos hospitais são o que são (ao lado deste provocam um bocadinho de vergonha) mas a medicina tem qualidade. Aqui não sei. Isto é, por enquanto. Daqui a três horas saberei.
O meu pé esquerdo resolveu embicar comigo. De Dezembro a Fevereiro foi o calcanhar (verdade seja dita que numa semana se resolveu: bastou ir ao médico); de Março a Maio o peito do pé (este já foi tratado pelo tempo, só o tempo); desde anteontem o tornozelo. Há mais de dois dias que não faço os meus passeios matinais. Comecei imediatamente a tratar daquilo, mas apesar do Voltaren a dor tem vindo a aumentar. Já que vou todos os dias ao hospital resolvi aproveitar a simpática oferta do governo panamiano (um seguro de saúde gratuito, válido por um mês, a todos os turistas que chegam pelo aeroporto de Tucumen).
Até agora a qualidade da coisa tem sido impressionante: o número de telefone que me deram no hospital respondeu imediatamente, ligou-me pouco depois a confirmar a consulta, fui chamado para o exame ainda não tinha acabado de preencher os papéis. Pouco depois informaram-me que o médico estava ocupado e me receberia às cinco da tarde.
Alguns dados: o Panamá tem um GDP per capita de aproximadamente quinze mil dólares; segundo a mesma fonte o de Portugal (ambos medidos em PPP) é de vinte e dois mil. A Cidade do Panamá tem uma população de 800,000 pessoas, pouco menos do dobro de Lisboa (se bem a população da área de influência seja menor, 1,2 milhões contra 2,9 - mas Lisboa tem muitos mais hospitais nas zonas periféricas).
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.