4.7.13

Injustiças

A rapariga não olha sequer para mim. Não é olha para mim como se eu fosse transparente. É não olha sequer para mim, de todo, como se eu não existisse, não estivesse ali sentado a beber o meu Mojito sem açúcar, não a tivesse achado gira com o seu nariz empinado, os seios pequenos empinados, o olhar empinado.

É injusto, sem dúvida. Porque devo eu escrever a uma mulher bonita, mostrar-lhe por a mais b que sei navegar no mar oceano, que numa embarcação de vela sou um misto de Tarzan, Capitão Alverca, Mandrake, Super Homem e Andy Capp para que ela se digne no mínimo reconhecer que eu existo e no máximo pensar que não é palavra mais apropriada para se dirigir a mim (não sendo melhor do que nada, naturalmente)?

(Uma carga de trabalhos muito injustamente recompensada, forçoso é reconhecer).


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