Ainda não encontrei um restaurante português no estrangeiro no qual comer fosse uma experiência agradável; o de Panamá não só não é uma excepção a essa regra como a eleva a potências insuspeitas.
É límpido que com esta idade já devia ter aprendido a evitar experiências que só me provocam dor e pouco proveito. Porém a linha que separa o optimismo da estupidez é ténue (a do pessimismo também; mas fraco é o consolo).
Decididamente a cidade de Panamá e eu somos incompatíveis. (Sou injusto: não há lugar no mundo com o qual hoje sou compatível).
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Quarta-feira atravessamos o Canal. Comprei um livro sobre a sua história. Ainda vou no segundo capítulo, mas já posso invejar o entusiasmo com que o século XIX abraçava os grandes projectos. Penso no equivalente hoje: a ida à Lua, as viagens espaciais, a cura do cancro ou da depressão. Parece que se trata da morte de uma mosca ou duas.
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Estive em Bocas del Toro, um golfo cum arquipélago lindo de morrer, ou viver. É para lá que vamos com o Artie - primeiro acabar com o refit (esta palavra já me dá náuseas) e depois trabalhar. O sítio foi descoberto por backpackers; hoje é um pólo de turismo barato; em breve será um destino de turismo caro. Os países que desprezam os backpackers cometem um grande erro.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.