24.9.13

Diário de Bordos - Red Frog Marina, Bocas del Toro, Panamá, 23-09-2013

O Panamá é o país dos projectos inacabados. Tudo aqui fica a meio, tudo demora uma eternidade a acabar. Hoje fui a Changuinola, a "cidade" de Bocas del Toro, para comprar um telefone novo e, sobretudo, pôr no novo chip o número do que perdi. Primeiro apanha-se um water taxi - enfim, neste caso mais water bus - até Almirante; depois um táxi. Ao todo, vinte dólares e uma hora.

A loja da Digicel em Changuinola não tinha nada: nem telefones, nem chips, nem sistema; tinha - e tive sorte em apanhá-los lá - dois empregados que estão a preparar a abertura, daqui a uma semana, da dita loja, até agora uma agência franquiada, a partir de dia um de Outubro uma agência plena da companhia.

É preciso começar por dizer que os jovens foram simpatiquíssimos, coisa rara neste país; e fizeram o que puderam para paliar o problema, minimizar-lhe as consequências e evitar a necessidde de uma nova deslocação minha.

Almirante e Changuinola são duas "cidades" das quais a parte mais interessante é a estrada que as liga.

Como a loja da Digicel não tinha telefones parei no centro comercial do terminal de autocarros - uma coisa que faz lembrar o "centro comercial" da Praça de Espanha em versão selvagem - e comprei um magnífico Samsung Duo, dois chips, dois números, pequeno, desbloqueado pelo dobro do que queria gastar (mas pelo menos tenho quase a certeza absoluta de que é um Samsung legítimo).

Quando cheguei a Bocas - mais de uma hora e um dólar menos do que vinte dólares depois (resolvi que sou residente e paguei a respectiva tarifa) - o telefone estava sem bateria. Pu-lo a carregar no Lilly's, o meu quartel-general aqui, e fui às compras.

Quando voltei para recolher o aparelho o restaurante estava fechado.

Ou seja, gastei um dia, quarenta dólares em transportes e outro tanto para o recarregar com minutos e com acesso à net e ainda não tenho telefone. E amanhã terei de ir a Bocas única e exclusivamente para o ir buscar - mais uma hora, pelo menos.

Transponha-se isto para a escala de um refit e ter-se-á uma ideia aproximada do que foram os quase quatro meses que aqui passei. Com a agravante de em Panamá não haver pessoas simpáticas que fazem tudo o que lhes é possível para minimizar os problemas de outrém - não fazem nada; mas se fizerem alguma coisa é tentar agravá-los.

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Retomo com prazer os nossos jantares com a N. e o D., que vieram de tripulantes no Artie e agora ficaram a ajudar.

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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.