Vamos ver.
Não falar das ruas. De qualquer forma quem aponta a direcção são as palavras. Elas sabem como uma agulha* onde está o Norte. O Norte és tu.
É preciso veres: as palavras desenham corredores, caminhos, carreiros, atalhos estradas e autoestradas. Alguém está no meio deles todos. E de repente descobre que apontam todos na mesma direcção.
Que fazer?
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Chove e apesar de serem quatro da tarde está noite, está frio. As palavras desenham caminhos no mapa do afecto.
Já alguma vez viste uma agulha procurar o Norte? Não hesita; oscila mas não hesita. Pode demorar algum tempo a encontrá-lo, mas quando o encontra sabe que o encontrou.
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Às vezes penso em ti, muitas. Também penso frequentemente em tartarugas e em como é bom ter uma direcção, saber para onde vamos, onde estamos (isso as agulhas não dizem. Sabem para onde ir, não de onde vimos nem onde estamos). As tartarugas levam muito tempo, são muito lentas, têm uma carapaça espessa.
As palavras deviam ser como as tartarugas. Mas não são. Excepto quando têm uma direcção.
* - Uma agulha é uma bússola, se por acaso.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.