A camada de nuvens que cobre Genebra no inverno está entre os oitocentos e os mil metros de altitude. São frequentes os dias em que passando essa altitude se encontra céu azul e descoberto. Foi que fizemos hoje, mas não foi por acaso: sabíamos que em altitude havia sol e fomos S., eu e Leeloo, a cadela passear para o Jura.
Gosto mais do Jura do que dos Alpes: estes são ásperos, direitos, masculinos. O contrário do Jura, redondo e doce como uma mulher langorosa, quase lasciva. Nevou há pouco tempo, mas a maior parte da neve já derreteu: os meus sapatos Foreva, comprados muito recente (e rapidamente) em Lisboa portaram-se bem. Já não via neve há muitos anos, não sentia o frio seco e agradável da montanha.
Leeloo rebolava-se, corria, saltava com uma energia e um gusto que davam vontade de a acompanhar. Vontade à qual resisti, claro - bastou-me lembrar-me dos passeios que fazia antigamente pelo meio da neve, sapatos apropriados ou não (e das grandiosas constipações que se seguiam a alguns deles). Continuei sagement no caminho alcatroado. O qual estava mais cheio do que a Baixa a um sábado à tarde, claro. Em cada suíço há um montanhista, e todos precisamos de sol como de um bom beijo.
Ao longe viam-se os Alpes, nítidos, claramente. S., natural do e apaixonada pelo Jura diz-me A esta distância gosto dos Alpes. Eu também.
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A próxima etapa será Barcelona; depois as ilhas Virgens. Preciso de três semanas de mar como de um bom beijo. Pena que os não possa ter juntos.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.