21.12.13

Mar, marinheiro, humildade, medo

Não se pode tirar o mar de um marinheiro, tal como não se pode pôr mar em quem não o é. Ou:

O mar não entra em quem não é marinheiro, tal como não sai de quem o é.

Não se pode aprender a ser marinheiro, embora não se possa ser marinheiro sem aprender.

A ignorância nunca é humilde, é arrogante. E se há quem sabe lidar com a arrogância é o mar:  anda há milénios a acolhê-la.  Ou:

Um marinheiro sem humildade é como um mar sem vento. Não dura muito.

O medo está para a humildade como um telhado de zinco para um campo de milho: são muitas vezes vistos juntos, mas não têm nada a ver um com o outro.

Não se deve confundir medo com humildade tal como não se deve confundir o cu com as calças.

A humildade é dialogante; o medo é surdo e fala sozinho.

Quem não tem medo é idiota, quem não o enfrenta cobarde.

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