S. Luís continua a amar-me, a surpreender-me, a acolher-me nas suas ruas sujas como braços de uma mulher transpirada depois de uma noite de orgia.
E eu deixo-me ir, entrego-me, dou-me sem pensar demasiado que em breve partirei. Não "durmo numa rede com uma bela maranhense", como me dizia alguém ontem; mas é por falta de vontade, que belas maranhenses e redes há aqui muitas. Ou de paciência, mais provavelmente.
Que bem fiz em vir passar estes dias aqui. Durante muito tempo pensei que amamos quem nos ama; um recente e violento desgosto fez-me ver que nem sempre é verdade; agora estou-me nas tintas: limito-me a viver, sem mais, o amor que a cidade tem por mim e a retribuir-lho o melhor que posso. Sem compromissos, mas com sentimentos.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.