Domingo foi domingo: o dia a seguir ao sábado. Pichirilo apareceu com uma ressaca monumental e mandei-o para casa. Ontem foi feriado. Hoje vai chover. Acho que estou pronto para dar aulas de gestão de frustração; ou melhor, de raiva.
Está quase. Falta pouco. Estou quase fora daqui.
Como sempre quase é uma palavra que engana muito.
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Ontem fui entrevistado pela televisão local. C., a mulher do dono do café onde vou às vezes ao meio-dia comer um kibe e à tarde beber uma cerveja é jornalista e vai fazer um programa sobre as dificuldades laborais na ilha.
As quais são consequência da proibição da trazer pessoal de fora para trabalhar. "Pessoas" incluindo colombianos: o governo não quer que a população aumente e proíbe que se contrate mão-de-obra no continente.
Quem aqui está não tem concorrência. Claro que não são apenas os navegadores de passagem que sofrem. Quem cá vive passa por muito pior. Os donos das empresas estão fartos e querem mais flexibilidade no OCRE (é o nome do documento que dá direito a residir em San Andrés. C. diz que é mais difícil de obter do que uma green card).
Depois - para outra emissão do mesmo programa, que terá o turismo (outro tema do debate político da ilha) - fez-me duas ou très perguntas sobre turismo náutico.
Localizada onde está - entre os EUA e o Panamá - e com as condições meteorológicas que tem - vento, ausência de ciclones - esta ilha poderia ser um pólo de turismo náutico importante nas Caraíbas. Não é, pela razão habitual: ignorância. Mas sobre isto parece que o governo já está a agir. Contratou uma empresa para lhes fazer uma consultoria.
Nunca deixa de me fascinar, quão longe o mar pode estar da cabeça das pessoas, mesmo numa ilha.
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Faz hoje um mês que cheguei aqui.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.