A Besta perdeu. A última coisa que me deixou escrita, no recibo do dinheiro do táxi para o aeroporto confirma-o.
Agora fico com a bestinha, mas essa sozinha não vai longe. Aquilo não é embarcação de navegar contra o vento.
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Leio Keats, penso em T. e na peça que fomos ver em Londres ao Globe, daí voo para o odiado Colégio Paulo VI e para o padre Tiago, meu professor de português nos terceiro e quarto ano do liceu.
Nunca tive uma grande capacidade de introspecção. Ou melhor: de me ler, de me ouvir. Português era a minha disciplina favorita, apesar do ódio profundo, juvenil, intenso que tinha ao Colégio em geral e ao Padre Tiago em particular. Nos exames do quinto ano chumbei a ciências e dispensei da oral a letras. Apesar disso no sexto ano escolhi matemática em vez de português, porque queria ir para a Escola Náutica. Foi preciso T. deixar-me para eu perceber quanto a amava. Os exemplos são milhares.
Talvez por isso este coitado deste blog tenha sobrevivido tanto tempo. Não me oiço mas escrevo-me, não me percebo mas dou-me a perceber.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.