Por razões que ainda não vêm ao caso tenho estado a editar o Don Vivo. A cada dia que passa as perplexidades empilham-se como livros nas estantes dos "não lidos".
Em primeiro lugar as correcções são tantas que um gajo é obrigado a perguntar-se como é que alguém pôde achar aquilo bom; depois, mais ou menos relacionada, são tantas as correcções que sou obrigado a perguntar-me como tive coragem de pôr aquilo em linha; e assim por diante. Não sabia que um texto podia ter tantos erros, tantos como os amigos nas esquinas de Grândola.
Hoje dizia que editar os textos que escrevemos é como tentar transformar em círculos elipses imperfeitas. Puxa-se de um lado estraga do outro. Cada vez admiro e invejo mais os escritores produtivos, fecundos, prolixos: eu por cada palavra que escrevo tenho de apagar duas. Isto para não falar das vírgulas, claro. Mais do que servir o texto serviram - parece-me - para me relentar quando escrevia.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.