Começo pelos teus pés. Por cada um dos dedos dos teus pés. Vejo-te deitada, claro: ver-te os pés de pé é difícil, quase impossível. Vejo-te deitada, não nos prolonguemos. Ou seja. Estás deitada e eu também. Não entro em pormenores; pouco interessam. Vamos imaginar que a noite foi boa, que nos deitámos como se realmente quiséssemos deitarmo-nos juntos, como se nos amássemos. Continuo sem saber o que é amar.
O que mudou foi: não quero saber. O que mudou foi: sim, tenho uma família, ou qualquer coisa que vista de perto parece uma família. O que mudou foi.
(Para o meu irmão Vasco)
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.