4.7.16

Irrelevâncias no Arco da Velha

Um gajo ouve um espectáculo de contrabaixo (Carlos Barretto), percussão (José Anjos) e poesia (José Anjos, André Gago e António Caeiro) que fala de precipícios mas na verdade anda pelos píncaros; bebe um copo com amigos, é convidado para jantar por um irmão num restaurante ao qual não ia há cerca de duzentos e cinquenta anos, acaba a noite num dos melhores bares de Lisboa (os bares são feitos pelas pessoas; sem elas não passam de paredes e um balcão, são todos iguais); e não consegue impedir-se de se perguntar como poderia isto ser melhor? Mais massa e menos Ménière, por exemplo? Menos solidão?

A pergunta é irrelevante e as respostas falaciosas, todas. Excepto uma: chá bastante fumado e tirado ao segundo, um ambiente lindo de morrer, boa música. O resto é conversa de encher chouriços (como se diz em japonês? Não me lembro).

Coisas do Arco da Velha, rua de S. Paulo 184-186.

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