23.7.16

Diário de Bordos - Cambrils, Catalunha, Espanha, 23-07-2016

Procurar um lugar para comer nesta terra é um processo complexo. Isto é, os parâmetros são os mesmos em todo o lado: comida local, barato, bom, com wifi. Acabo na rua banal de ontem, ao lado da tasca dos chineses. Pergunto-me se é uma coincidência. Talvez.

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Aluguei uma máquina de Cambrilar. Ou Cambrilsar, mais correctamente. A cidade chama-se Cambrils (se tanto é que isto é uma cidade. Provavelmente não). Hoje fui dar uma volta. Não vi as ruas todas mas pouco deve faltar para tal. Há algumas mais bonitas do que aquela onde estou, mas nenhuma menos banal. A diferença está na arquitectura, claro: umas têm vivendas e outras prédios. Não sei se qualquer delas teve arquitectos.

(Levanto os olhos do monitor e vejo um prédio que me faz responder sim. Um pato bravo não faria aquelas varandas curvas na esquina. A do primeiro andar foi marquisada, para dar cabo de uma intenção - fazer coisas pouco banais para gente banal é uma desconsideração, uma falta de respeito, uma arrogância que deve imediatamente ser punida com uma marquise -).

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Seja como for: pedalo em vez de andar. Que dizer mais? É um ciclista português.

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De qualquer forma não saberia dizê-lo em catalão, língua cada vez mais presente e irritante. Entre a falta de wifi e o excesso de catalão venho o diabo e escolha. Se tivesse de viver em Espanha não seria aqui.

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