Várias coisas há que é preciso reconhecer.
Todas elas brevemente:
-A política portuguesa é uma escolha entre aldrabões e castrados. Ou se se preferir, entre gestores de quintinhas. Algumas são mais caras, outras mais baratas. No fim, todos mentem e ninguém tem tomates;
- Hoje comi um dos melhores pestos da minha vida e arredores; o que só demonstra que a minha vida e arredores merecem mais pestos (sem alho. Sou contra o alho no pesto);
- Foi também um dos melhores jantares desta vida, apesar de insuficiente para perceber porque gosto tanto dela;
- Hoje falei com um gajo que começou pr me perguntar, depois da resposta à sacramental pergunta "De onde és?" se Portugal era na América Latina. Quando lhe disse que não perguntou-me se era perto da Itália. Disse-lhe que era ao lado da Espanha disse "Ah", como se lhe tivesse dito que era o país onde fica o jardim da Dona Etelvina.
- Jantei com outro que nunca tinha comido pesto na vida mas já esteve no Pólo Sul e na cabana de Shackleton.
- Continuo a perguntar-me o que tem esta vida que a faz ser impossível de deixar. É como amar uma mulher bonita, inteligente e sexy. Ou feia, inteligente e sexy. Ou bonita, inteligente e assexuada. Ou... agora entram as variações inteligente / burra.
Talvez seja como não amar, no fundo.
- Amanhã tenho a inspecção dos seguros, mas hoje não tenho cigarros e bem precisava de um. Paciência. Amanhã já não terei a inspecção, terei cigarros e não precisarei - espero - nem de uma nem dos outros.
- Está longe de ser tudo, mas é o que me ocorre. Sorte ter a cabeça pequena.
PS
- A estação de serviço tem um novo cozinheiro. Chama-se John e sabe fazer malassadas e chouriços porque viveu no Hawai. Tenho finalmente pequenos-almoços de ovos estrelados e bacon.
PPS
- Amanhã vai um rigger fazer uma inspecção ao mastro. Deus ele-prórpio sabe que não existe, mas se existisse faria com que o mastro esteja bom.
PPPS
- Inscrevi-me na Biblioteca. Aqui não preciso de ser residente para isso. Trouxe o Manual das Mulheres a Dias, mas ainda não consegui ler-lhe nem a capa. Soube também que posso abrir uma conta no banco. Não tarda estou a tirar a carta e a ficar como toda a gente.
PPPPS
-Já falei do rum? É uma merda infecta. Felizmente no domingo estávamos todos demasiado grossos para nos apercebermos disso e a garrafa está a um terço. Nao tarda está no lixo.
Que se fodam os P e os S
- Gasto quase oito amperes com os frigoríficos. Pergunto-me "para quê?" e apago-os. Agora só me resta perceber onde estou a gastar dois vírgula seis com tudo apagado. Tenho mil e duzentos, devia estar-me nas tintas. Infelizmente não consigo. Aposto que é do inversor, mas isto está num estado tal que não consigo chegar-lhe ao interruptor.
Por vezes pergunto-me se a resposta não será esta mistura quase mágica de impotência e omnipotência, tão vizinhas e imiscíveis como azeite e vinagre na mesa da sala de jantar.
Um marinheiro é um gajo que vive nos pólos opostos de cada vida. Se houvesse só uma seria enorme. Infelizmente não há.
- Sempre pensei que amamos quem nos ama, mas não é verdade. Amamos quem queremos amar. É como escrever ou navegar: por muito frágeis que sejamos somos nós que nos fodemos ou decidimos quem nos fode, que palavras, que mares. Ou seja: uma pele precisa de palavras? Ou seja: se um dia disser "Amo-te" estou enganado, mas não estou a enganar-te.
- Ignoro se preciso mais de mar do que de um barco, se mais de um corpo do que de amor.
Pergunta tola ou esperançosa: como separá-los?
Todas elas brevemente:
-A política portuguesa é uma escolha entre aldrabões e castrados. Ou se se preferir, entre gestores de quintinhas. Algumas são mais caras, outras mais baratas. No fim, todos mentem e ninguém tem tomates;
- Hoje comi um dos melhores pestos da minha vida e arredores; o que só demonstra que a minha vida e arredores merecem mais pestos (sem alho. Sou contra o alho no pesto);
- Foi também um dos melhores jantares desta vida, apesar de insuficiente para perceber porque gosto tanto dela;
- Hoje falei com um gajo que começou pr me perguntar, depois da resposta à sacramental pergunta "De onde és?" se Portugal era na América Latina. Quando lhe disse que não perguntou-me se era perto da Itália. Disse-lhe que era ao lado da Espanha disse "Ah", como se lhe tivesse dito que era o país onde fica o jardim da Dona Etelvina.
- Jantei com outro que nunca tinha comido pesto na vida mas já esteve no Pólo Sul e na cabana de Shackleton.
- Continuo a perguntar-me o que tem esta vida que a faz ser impossível de deixar. É como amar uma mulher bonita, inteligente e sexy. Ou feia, inteligente e sexy. Ou bonita, inteligente e assexuada. Ou... agora entram as variações inteligente / burra.
Talvez seja como não amar, no fundo.
- Amanhã tenho a inspecção dos seguros, mas hoje não tenho cigarros e bem precisava de um. Paciência. Amanhã já não terei a inspecção, terei cigarros e não precisarei - espero - nem de uma nem dos outros.
- Está longe de ser tudo, mas é o que me ocorre. Sorte ter a cabeça pequena.
PS
- A estação de serviço tem um novo cozinheiro. Chama-se John e sabe fazer malassadas e chouriços porque viveu no Hawai. Tenho finalmente pequenos-almoços de ovos estrelados e bacon.
PPS
- Amanhã vai um rigger fazer uma inspecção ao mastro. Deus ele-prórpio sabe que não existe, mas se existisse faria com que o mastro esteja bom.
PPPS
- Inscrevi-me na Biblioteca. Aqui não preciso de ser residente para isso. Trouxe o Manual das Mulheres a Dias, mas ainda não consegui ler-lhe nem a capa. Soube também que posso abrir uma conta no banco. Não tarda estou a tirar a carta e a ficar como toda a gente.
PPPPS
-Já falei do rum? É uma merda infecta. Felizmente no domingo estávamos todos demasiado grossos para nos apercebermos disso e a garrafa está a um terço. Nao tarda está no lixo.
Que se fodam os P e os S
- Gasto quase oito amperes com os frigoríficos. Pergunto-me "para quê?" e apago-os. Agora só me resta perceber onde estou a gastar dois vírgula seis com tudo apagado. Tenho mil e duzentos, devia estar-me nas tintas. Infelizmente não consigo. Aposto que é do inversor, mas isto está num estado tal que não consigo chegar-lhe ao interruptor.
Por vezes pergunto-me se a resposta não será esta mistura quase mágica de impotência e omnipotência, tão vizinhas e imiscíveis como azeite e vinagre na mesa da sala de jantar.
Um marinheiro é um gajo que vive nos pólos opostos de cada vida. Se houvesse só uma seria enorme. Infelizmente não há.
- Sempre pensei que amamos quem nos ama, mas não é verdade. Amamos quem queremos amar. É como escrever ou navegar: por muito frágeis que sejamos somos nós que nos fodemos ou decidimos quem nos fode, que palavras, que mares. Ou seja: uma pele precisa de palavras? Ou seja: se um dia disser "Amo-te" estou enganado, mas não estou a enganar-te.
- Ignoro se preciso mais de mar do que de um barco, se mais de um corpo do que de amor.
Pergunta tola ou esperançosa: como separá-los?
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.