Anarquismo em Portugal? Ser anarquista num país em que se acha que o Estado deve fornecer tudo, desde pensos rápidos a bancos para os amigos, passando por teatro, cinema e respectivos rebuçados, companhias aéreas, água, luz, gás e greves ser anarquista é uma piada.
De quem não percebeu, mas piada.
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"Atenção ao espaço entre o cais e o comboio". Enternecedor, este cuidado com a saúde dos passageiros. De notar que o próximo espaço entre o cais e o comboio vai ocorrer daqui a - diz o painel luminoso - dezasseis minutos e trinta segundos.
Pena o cuidado com os passageiros não ser extensível a coisas fundamentais e ficar confinado a infantilidades inúteis e importadas.
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Duas febras - das melhores de Lisboa - e duas taças de vinho: três euros e trinta cêntimos. Pobre por pobre antes em Lisboa. Pelo menos não me sinto espoliado. É uma pobreza justa, quase aceitável.
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A quantidade de livros de poesia publicados em Portugal é fascinante. Num país em que as pessoas mal se falam toda a gente escreve poesia.
Deve ser por isso: tanto silêncio na urbe só se resolve com verborreia no papel.
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A vantagem dos amigos sobre a família é conhecerem-nos há menos tempo.
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"Portugal não é um país para marinheiros", diz-me R. Verdade: somos demasiado livres para um país de robots, demasiado pobres e plebeus no meio de marqueses (sem dinheiro, mas marqueses).
De quem não percebeu, mas piada.
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"Atenção ao espaço entre o cais e o comboio". Enternecedor, este cuidado com a saúde dos passageiros. De notar que o próximo espaço entre o cais e o comboio vai ocorrer daqui a - diz o painel luminoso - dezasseis minutos e trinta segundos.
Pena o cuidado com os passageiros não ser extensível a coisas fundamentais e ficar confinado a infantilidades inúteis e importadas.
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Duas febras - das melhores de Lisboa - e duas taças de vinho: três euros e trinta cêntimos. Pobre por pobre antes em Lisboa. Pelo menos não me sinto espoliado. É uma pobreza justa, quase aceitável.
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A quantidade de livros de poesia publicados em Portugal é fascinante. Num país em que as pessoas mal se falam toda a gente escreve poesia.
Deve ser por isso: tanto silêncio na urbe só se resolve com verborreia no papel.
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A vantagem dos amigos sobre a família é conhecerem-nos há menos tempo.
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"Portugal não é um país para marinheiros", diz-me R. Verdade: somos demasiado livres para um país de robots, demasiado pobres e plebeus no meio de marqueses (sem dinheiro, mas marqueses).
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.