Dissonâncias cognitivas: venho ao Pirate beber um Planteur, do qual não gosto porque é demasiado doce mas enfim, não posso passar os dias de manhã à noite no escritório que a Frégate se tornou, é preciso mudar de vez em quando e o Pirate tem ar condicionado e hoje a música nem sequer está muito alta e a televisão está ligada, pelo que escolho um lugar de costas para ela e quando me vou a sentar eu, eu que não tenho memória nenhuma reconheço o navio na televisão: é o M/V LIEMBA, meu conhecido dos idos de Bujumbura, um navio lindo no qual sonhei fazer a viagem pelo lago Tanganika, mas nunca se proporcionou.
O Lago Tanganika não sai da memória, nem daqueles que a não têm.
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Largada adiada para amanhã. Desta vez estou chateado, era perfeitamente evitável. Como se diz shit happens em inglês? Mas enfim, pelo menos sei agora que amanhã largo, salvo tremor de terra, programas de televisão sobre o Burundi (este não saiu da Tanzânia, coitado. Pergunto-me porquê) ou tsunami provocado pelo dito programa de televisão.
O programa é sobre os gorilas. A televisão é realmente uma fonte de falsos alarmes sem igual.
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Agora o herói do programa de televisão está no comboio que vai para Dar. Uma vez sobrevoei esse comboio no porto de Kigoma, onde a linha acaba junto ao lago. Havia vinte quilómetros, medidos a GPS, de backlog. Vinte quilómetros de vagões carregados, imobilizados ao longo da linha. Levou um ano a desfazer...
São tão enjoativos, estes programas. Como o Planteur do Pirate.
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Estou fodido com o meu pâncreas. Ou entra na linha ou arrefinfo-lhe com comprimidos até ao fim dos dias. Isto de me fazer pensar até para beber um planteur (ou um ti'punch) paga-se, meu caro.
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Tudo se paga, não é? E quanto mais alto o preço melhor ela foi, que nisto da vida os mecanismos de mercado funcionam.
Não funcionam, claro. Mas faz bem pensar que sim, que estou a pagar a vida que encomendei. Foi a que vivi e talvez seja isso que pago: não ter sido boa mas ter sido a que quis.
O Lago Tanganika não sai da memória, nem daqueles que a não têm.
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Largada adiada para amanhã. Desta vez estou chateado, era perfeitamente evitável. Como se diz shit happens em inglês? Mas enfim, pelo menos sei agora que amanhã largo, salvo tremor de terra, programas de televisão sobre o Burundi (este não saiu da Tanzânia, coitado. Pergunto-me porquê) ou tsunami provocado pelo dito programa de televisão.
O programa é sobre os gorilas. A televisão é realmente uma fonte de falsos alarmes sem igual.
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Agora o herói do programa de televisão está no comboio que vai para Dar. Uma vez sobrevoei esse comboio no porto de Kigoma, onde a linha acaba junto ao lago. Havia vinte quilómetros, medidos a GPS, de backlog. Vinte quilómetros de vagões carregados, imobilizados ao longo da linha. Levou um ano a desfazer...
São tão enjoativos, estes programas. Como o Planteur do Pirate.
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Estou fodido com o meu pâncreas. Ou entra na linha ou arrefinfo-lhe com comprimidos até ao fim dos dias. Isto de me fazer pensar até para beber um planteur (ou um ti'punch) paga-se, meu caro.
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Tudo se paga, não é? E quanto mais alto o preço melhor ela foi, que nisto da vida os mecanismos de mercado funcionam.
Não funcionam, claro. Mas faz bem pensar que sim, que estou a pagar a vida que encomendei. Foi a que vivi e talvez seja isso que pago: não ter sido boa mas ter sido a que quis.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.