Em condições normais eu fugiria de um "Gastrobar" (aspas porque cito) mais depressa do que Maomé de um suculento pedaço de bacon. Nada é normal: vim a Andratx ver se é muito diferente do porto (não é); estou com uma dor de cabeça que vai daqui até à Lua; no dito "Gastrobar" uma mesa faz barulho como se quisesse ser ouvida em Marte; a minha energia para limpar fundos foi-se por um dos buracos negros do gajo que morreu há dias; as doses de vinho do "Gastrobar" são microscópicas; e para completar o quadro descobri - oh surpresa - que tenho os machos de fundo completa e irremediavelmente calcinados.
O pior é a dor de cabeça. Nada que um tubo de Zovirax não resolva, mas para já tenho de chegar a bordo.
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Hoje tive um senhor a inspeccionar-me os brandais. Fala muito baixinho e não ouvi nada do que me disse, quando fomos beber um copo depois do trabalho. É daqueles gajos nos quais me reconheço imediatamente - e sou em retorno reconhecido -. Pensei naquela piada dos anões, "têm uma espécie de sexto sentido que lhes permite reconhecerem-se à primeira vista". Comigo é outra raça, a que me reconhece e eu reconheço imediatamente.
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Nas escolas de vela devia ensinar-se que se um barco tem fugas de óleo no motor a primeira coisa a fazer é encher os fundos de detergente. Detergente de cozinha, Fairy ou seja o que for. E não seria má ideia, já agora, habituar as pessoas a ter Bilge Cleaner nos fundos (não dispensa o detergente em caso de óleo, mas ajuda muito para outras coisas).
Hoje até a face inferior doa paneiros tive de lavar. Tudo isto teria imensa piada se ainda se pudesse despejar a água suja para o porto. Agora não pode, tem de se ir ao tanque de óleos (que por sorte não está muito longe, vá lá).
Por acaso concordo, mas só por acaso. Fartei-me de deitar água para a água, desta vez. Mas ia com uma quantidade de detergente que... Enfim, que se foda. Os fundos estão limpos, amanhã tenho água a bordo e deixo de precisar de ir comer aos restaurantes de manhã à noite e o P. parecer-se-á de novo com uma embarcação de recreio a precisar de reparações (agora parece-se com o caos a tentar tomar a forma de uma embarcação de recreio, mas isso acontece sempre que é preciso tirar os paneiros).
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Gastrobar, gastrobar mas é só gajos (e barulhentos). Ao meu lado sentou-se uma senhora parecidíssima com uma amiga querida, mas infelizmente está com um gajo que não se parece nada comigo.
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Vi pouco de Andratx - saí do autocarro e entrei no "Gastrobar" após pouco menos de dez minutos de marcha -. O que vi parece-me a vila mais feia de Espanha. Algo me diz que é a única vila feia de Espanha, mas eu não emprenho pelos ouvidos. Só vendo.
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Forçoso é reconhecer que a experiência é útil: a próxima vez que entrarei num "gastrobar" será daqui a vinte anos. Se for antes é porque terei Alzheimer.
O pior é a dor de cabeça. Nada que um tubo de Zovirax não resolva, mas para já tenho de chegar a bordo.
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Hoje tive um senhor a inspeccionar-me os brandais. Fala muito baixinho e não ouvi nada do que me disse, quando fomos beber um copo depois do trabalho. É daqueles gajos nos quais me reconheço imediatamente - e sou em retorno reconhecido -. Pensei naquela piada dos anões, "têm uma espécie de sexto sentido que lhes permite reconhecerem-se à primeira vista". Comigo é outra raça, a que me reconhece e eu reconheço imediatamente.
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Nas escolas de vela devia ensinar-se que se um barco tem fugas de óleo no motor a primeira coisa a fazer é encher os fundos de detergente. Detergente de cozinha, Fairy ou seja o que for. E não seria má ideia, já agora, habituar as pessoas a ter Bilge Cleaner nos fundos (não dispensa o detergente em caso de óleo, mas ajuda muito para outras coisas).
Hoje até a face inferior doa paneiros tive de lavar. Tudo isto teria imensa piada se ainda se pudesse despejar a água suja para o porto. Agora não pode, tem de se ir ao tanque de óleos (que por sorte não está muito longe, vá lá).
Por acaso concordo, mas só por acaso. Fartei-me de deitar água para a água, desta vez. Mas ia com uma quantidade de detergente que... Enfim, que se foda. Os fundos estão limpos, amanhã tenho água a bordo e deixo de precisar de ir comer aos restaurantes de manhã à noite e o P. parecer-se-á de novo com uma embarcação de recreio a precisar de reparações (agora parece-se com o caos a tentar tomar a forma de uma embarcação de recreio, mas isso acontece sempre que é preciso tirar os paneiros).
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Gastrobar, gastrobar mas é só gajos (e barulhentos). Ao meu lado sentou-se uma senhora parecidíssima com uma amiga querida, mas infelizmente está com um gajo que não se parece nada comigo.
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Vi pouco de Andratx - saí do autocarro e entrei no "Gastrobar" após pouco menos de dez minutos de marcha -. O que vi parece-me a vila mais feia de Espanha. Algo me diz que é a única vila feia de Espanha, mas eu não emprenho pelos ouvidos. Só vendo.
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Forçoso é reconhecer que a experiência é útil: a próxima vez que entrarei num "gastrobar" será daqui a vinte anos. Se for antes é porque terei Alzheimer.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.