Isto parece uma reedição do Ó tempo volta para trás, canção que ouvia na minha meninice e desde aí não se vai embora apesar de nunca mais a ter ouvido. Há definitivamente um tempo para tudo. O meu para me meter em aventuras passou. Mas é como a canção: não há maneira de acabar.
Hoje tive pelo menos o dúbio privilégio de ver fundos sujos como nunca tinha visto, que assim de repente me lembre (em barcos de recreio, claro). Até lodo aquilo tem. Preciso de comprar uma escova dura, só com a esponja não vai lá.
........
Devia haver associações de defesa dos barcos maltratados, como as dos animais ou das mulheres batidas (e de caminho fazia-se outra para ajudar os velhos marinheiros cujo relógio não pára de dar voltas e não sai do mesmo sitio).
Pobre P., galgo fino a quem a idade não tirou a graça; parte-se me o coração e lá vai o relógio para trás.
Para o S/Y ISICHIA, mais precisamente, que em 1985 (ou lá à volta) levei de Cap d'Agde a Fort-de-France (nesse tempo o Marin não passava de um trou à cyclones e porto para meia dúzia de pescadores). Ciclone de que aliás apanhei um magnífico exemplar uma semana antes de chegar, mal que não desejo a ninguém, nem ao meu pior inimigo, nem mesmo a quem deixa um barco chegar a este ponto (refiro-me aos fundos do P., não me saem da cabeça).
Mas não é a isso que o trabalho de limpar fundos me carambola. Éramos cinco a bordo, de maneira eu não fazia quartos (não faço, regra geral, desde que tenha três tripulantes e um piloto automático. Com quatro dispenso o piloto).
Mas todos os dias fazia uma inspecção aos fundos e limpava-os. A mania de que se deve poder comer ovos estrelados nos fundos de uma embarcação de recreio não nasceu ontem.
Isto apesar de não partilhar de todo a obsessão dos mega iates pelas limpezas. Partilho apenas o conceito geral: numa embarcação de recreio deve poder-se tocar seja o que for sem que as mãos venham sujas da experiência. É um mínimo e confesso desde já ser pouco provável que consiga pôr o P. nesse patamar amanhã.
Mas vai ficar melhor, isso vai. E eu sou uma espécie de S. Bernardo dos barcos, em vez de um barril ao pescoço ando com uma esponja nas mãos.
(Exagero parcialmente. Hoje comprei um aspirador Kärcher para secos e líquidos. Mas não dispensa a esponja, uma escova de pelo duro e um camião-tanque de paciência.)
"Associação de defesa das embarcações maltratadas" - ADEM. Soa bem, não soa?
........
Encontrei um italiano simpático em Porto Andratx, onde vim jantar (e escrevo os disparates do dia). Não é sublime nem terrível: fica no meio, ligeiramente para cima. Faz-me lembrar os italianos de Verão passado.
O meu relógio não avança porque tem peso a mais nas agulhas.
(O italiano chama-se Made in Italy e é na Plaza del Patrón Cristino 10).
Hoje tive pelo menos o dúbio privilégio de ver fundos sujos como nunca tinha visto, que assim de repente me lembre (em barcos de recreio, claro). Até lodo aquilo tem. Preciso de comprar uma escova dura, só com a esponja não vai lá.
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Devia haver associações de defesa dos barcos maltratados, como as dos animais ou das mulheres batidas (e de caminho fazia-se outra para ajudar os velhos marinheiros cujo relógio não pára de dar voltas e não sai do mesmo sitio).
Pobre P., galgo fino a quem a idade não tirou a graça; parte-se me o coração e lá vai o relógio para trás.
Para o S/Y ISICHIA, mais precisamente, que em 1985 (ou lá à volta) levei de Cap d'Agde a Fort-de-France (nesse tempo o Marin não passava de um trou à cyclones e porto para meia dúzia de pescadores). Ciclone de que aliás apanhei um magnífico exemplar uma semana antes de chegar, mal que não desejo a ninguém, nem ao meu pior inimigo, nem mesmo a quem deixa um barco chegar a este ponto (refiro-me aos fundos do P., não me saem da cabeça).
Mas não é a isso que o trabalho de limpar fundos me carambola. Éramos cinco a bordo, de maneira eu não fazia quartos (não faço, regra geral, desde que tenha três tripulantes e um piloto automático. Com quatro dispenso o piloto).
Mas todos os dias fazia uma inspecção aos fundos e limpava-os. A mania de que se deve poder comer ovos estrelados nos fundos de uma embarcação de recreio não nasceu ontem.
Isto apesar de não partilhar de todo a obsessão dos mega iates pelas limpezas. Partilho apenas o conceito geral: numa embarcação de recreio deve poder-se tocar seja o que for sem que as mãos venham sujas da experiência. É um mínimo e confesso desde já ser pouco provável que consiga pôr o P. nesse patamar amanhã.
Mas vai ficar melhor, isso vai. E eu sou uma espécie de S. Bernardo dos barcos, em vez de um barril ao pescoço ando com uma esponja nas mãos.
(Exagero parcialmente. Hoje comprei um aspirador Kärcher para secos e líquidos. Mas não dispensa a esponja, uma escova de pelo duro e um camião-tanque de paciência.)
"Associação de defesa das embarcações maltratadas" - ADEM. Soa bem, não soa?
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Encontrei um italiano simpático em Porto Andratx, onde vim jantar (e escrevo os disparates do dia). Não é sublime nem terrível: fica no meio, ligeiramente para cima. Faz-me lembrar os italianos de Verão passado.
O meu relógio não avança porque tem peso a mais nas agulhas.
(O italiano chama-se Made in Italy e é na Plaza del Patrón Cristino 10).
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.