1.9.18

Diário de Bordos - Palma, Mallorca, Baleares, Espanha, 01-09-2018

À medida que se vai avançando para Leste a quantidade e o grau de nudezes aumentam. Estou na praia de Son Serra de Marina - ipsis verbis - que me faz levemente pensar num Guincho menos bonito, mais nu, igualmente ventoso e incomparavelmente mais quente, tanto o ar como a água.

Vim para Leste, claro; despi-me tanto quanto despir se pode, fui nadar e dormi uma sesta que devia ser o exemplo de todas as sestas (induzida, é certo, por um almoço que não pode infelizmente ser um exemplo. Fica como excepção e fica muito bem). Acordo com um casal de "vestidos" que se vem pôr ao meu lado, com a parafernália toda. O sol desapareceu, o vento caiu, a temperatura baixou e readormeço em paz. Todas as praias deviam ser assim.

Não que goste particularmente de me exibir nu. Mas aplico-me os mesmos critérios que me fizeram optar por ter um blog aberto a quem o quiser ler, quando há quase quinze anos criei o Don Vivo: a) há piores e b) só o lê quem quer.

O problema é que ninguém quer, com excepção deste casal que se vem pôr a dez metros de mim. Enfim, vinte.

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Re-adormeço, re-acordo, re-banho. Afinal os vizinhos estão vestidos como eu.

Vou-me embora, aproveitar o pouco que resta de dia para ir conhecer a praia ao lado. Todas as praias deviam ser assim e os fatos de banho só serem obrigatórios para quem gosta deles.

O restaurante onde almocei opiparamente e com boa música tem agora uma de merda. "Nada dura para sempre, excepto sempre e o meu amor por ti", canta o Willie Nelson. Tenho a certeza de que tem razão. Quem me dera poder provar que tem.

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Aprendi a usar o Google Maps, mais ou menos. Hoje a senhora que me dá as instruções não se chateou comigo. Normalmente ao fim de um bocado amua e cala-se, porque não faço nada do que ela diz. Devo dizer que para mim é um progresso: quando estava casado os únicos temas de discussão com a senhora que fez de mim um homem casado eram relacionados com os trajectos. Esta agora não discute; farta-se e deixa-me ir por onde quero. Hoje levou-me até ao fim, educada e pacientemente.

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Gigantesco passeio pelo Nordeste da ilha, que só conhecia visto do outro lado. É fantástico como se pode passar de um mosteiro do século XIX para uma espécie de versão melhorada do Algarve em meia dúzia de quilómetros. 

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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.