11.10.18

Diário de Bordos - Barcelona, Catalunha, Espanha, 11-10-2018

O post era para ser de ontem, mas uma constipação colossal adiou-o sine die. Apanhei-o em voo para parte incerta, num restaurante "mexicano" de Barcelona (mexicano vai entre aspas porque o cozinheiro deve ser esquimó).

Venho do salão náutico, provavelmente a coisa mais prática que já foi inventada para quem precisa de encontrar fornecedores, clientes, potenciais parceiros e - sobretudo - sentir as tendências, saber para onde vai o vento.  Ainda me lembro das excitações dos anos oitenta em torno do salão de Paris; mais tarde foi o Boot, em Düsseldorf. Tantos outros: Londres, Grand Pavois, Friedriechshafen...

Depois essa excitação desapareceu e ir a um salão náutico tornou-se uma seca, uma violação, passe o exagero: plástico e mais plástico, tudo muito brilhante; os senhores de blazer e as senhoras elegantes, gajos que do mar conhecem a cor nos dias de sol a falar, falar, falar... Tornei-me alérgico. O salão de Barcelona tem pelo menos a vantagem de se ter tornado uma coisa minúscula, desinteressante, "local" como me dizia há pouco o Samuel. Enfim, cumpriu a sua missão: encontrei quem tinha de encontrar (em parte; isto é pequeno); comprei duas peças de que precisava, poupando assim os quinze euros do transporte e vou para as Canárias a pensar que não perdi dois dias por uma unha negra (depois de cortada).

A seguir desaguei num restaurante Mexicano com os piores tacos Pastora que jamais comi na vida, incluindo os que me envenenaram no Cabo (esses pelo menos eram bons). Agora vou experimentar os frijoles puercos. A tequila é boa, valha-nos isso.

Barcelona é uma cidade fantasma. Ou de fantasmas?

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Vou afogar os vírus em tequila e em música pimba mexicana. Aposto que não sobrevivem. 

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