15.10.18

Diário de Bordos - Haría, Lanzarote, Canárias, Espanha, 15-10-2918

A ideia era ter um dia calmo e pensar. Na segunda parte tive bastante êxito. Pensei, repensei (e quase trespassei), cheguei a meia dúzia de pistas e tenho pelo menos uma direcção. Já a primeira foi mais ambígua. Primeiro, passei a manhã toda ao telefone com Mallorca; depois, resolvi meter-me no carro e perder-me pela ilha. Passei pertíssimo de alguns acidentes - se conduzir não pense - descobri que o carregador de telefone recém-comprado só deu para duas cargas e que as tomadas do quarto não aceitam a ficha do laptop. Fui carregar o telefone para uma tasca.

Ao menino, ao borracho e ao pensador põe Deus as mãos por baixo.

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O quarto é lindo, calmo, grande, bem decorado. Há quanto tempo não durmo num sítio assim? Tenho andado a pensar que estou farto de aircoisos e afinal sai-me isto na rifa.

Vim para a ponta Norte da ilha: quero calma, paz e sossego. Infelizmente amanhã lá terei de voltar a Arrecife, mas enfim. Este fim de tarde e esta noite compensam tudo.

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É a mesma calma de Mértola. Não é ausência de barulho, é silêncio pela positiva, afirmativo, de dentro.

O lugar chama-se Haría, a casa Casa das Vistas, se por acaso alguém aqui vier de passagem.

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Dormir? Tenho sorte: consigo dormir em qualquer sítio, em qualquer circunstância.

Até no meio de um silêncio estrondoso como este 

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