2.11.18

Diário de Bordos - Palma, Mallorca, Baleares, Espanha, 02-11-2018

Palma é uma mulher bonita e inteligente que ora se mostra uma ora a outra, mas nunca as duas ao mesmo tempo.

Para a ver totalmente il faut montrer patte blanche, ser paciente, esperar, ter sorte.

Por vezes entrevejo-a como é, visões um pouco fugazes de uma cidade que se recusa, não por coquetterie nem por timidez, mas por arrogância, altivez.

O meu namoro com a cidade entrou numa fase nova: quero desesperadamente deixá-la, nunca mais a ver, esquecê-la; e sei que isso não passa de um voto piedoso, fracassado antes mesmo de ser formulado em voz alta (que só é nos momentos de praguejo, raiva impotente e frustrada).

........
Esta chuva ajuda à raiva, mas ao mesmo tempo atenua-a: uma semana de quase repouso, trabalho de escritório, mudança de casa (mais uma!) Quarta-feira fui a bordo as cinco da manhã, estava um badanal de merda, fui hoje para ver que está tudo tão bem como parado (não é verdade, mas é quase) e volto amanhã se o tempo melhorar como eles dizem que vai.

O tempo nunca lê as previsões.

..........
Quanto mais oiço Mallorquín (basicamente catalão) menos gosto. Lido parece que quem o escreveu se esqueceu de metade das letras; ouvido, é o contrário: onde foram eles buscar tantas sílabas, vomitadas mais do que faladas (com sotaque espanhol, ainda por cima)?

Sem comentários:

Enviar um comentário

Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.