Um restaurante em que se ouve Paolo Conte; uma tasca à frente da qual passo desde que venho a Palma e onde nunca tive vontade de entrar por simples desconfiança, provocada pela localização em pleno bairro turístico; um clube de jazz onde oiço uma jam session que sem ser grande coisa não é má de todo. Uma cidade que se desenrola à minha frente como se nunca cá tivesse estado.
Não se pode viver sem a priori, claro. Os preconceitos são pilares essenciais da nossa mundividência, da nossa compreensão do que nos rodeia. Mas é forçoso reconhecer que os momentos mais agradáveis da nossa convivência com as ideias pré-concebidas são aqueles em que descobrimos que são falsas, ou já não são verdadeiras ou nunca o foram e chegou o momento de as trocar por outras, novas, lavadas, como fronhas de almofadas. Não nos desfazemos de preconceitos: limitamo-nos a trocá-los, é tudo.
O restaurante chama-se Gustar, fica na Plaça del Banc de l'Oli (a cem metros de casa), ando há anos a prometer a mim próprio que tenho de cá vir - pura intuição - e hoje vai directo para a lista de restaurantes recomendados.
São dias assim que me ligam à vida: trocar de pele é como ressuscitar. Deixamos de ser nós e somo-lo ainda mais. Como se a confirmação do que se é viesse da mudança, da aprendizagem, da renovação - a nossa e a da cidade que diariamente percorremos e de vez em quando reconstruímos -.
Só me falta deixar de tossir.
.........
Hoje comprei aquela que espero ser a última lata de tinta primária para o interior e o S. não apareceu para fazer a base da sapata do pé do mastro. Esquecera-se de que tinha de ir ao médico. Encostar as pontas do indicadores às dos polegares e fazer Ooooooommm. Costuma resultar, pelos menos nos livros.
.........
Oiço no Youtube um disco de que gosto sem limites: Magic and Loss, do Lou Reed. Parece que há uma pequena probabilidade (pequena é um exagero. Eu diria micrométrica) de recuperar os meus discos. Se isso acontecer, passo a ser o nómada com mais discos e livros da história. Reflexão interessante sobre a finalidade do ter, mas fica para depois.
Não se pode viver sem a priori, claro. Os preconceitos são pilares essenciais da nossa mundividência, da nossa compreensão do que nos rodeia. Mas é forçoso reconhecer que os momentos mais agradáveis da nossa convivência com as ideias pré-concebidas são aqueles em que descobrimos que são falsas, ou já não são verdadeiras ou nunca o foram e chegou o momento de as trocar por outras, novas, lavadas, como fronhas de almofadas. Não nos desfazemos de preconceitos: limitamo-nos a trocá-los, é tudo.
O restaurante chama-se Gustar, fica na Plaça del Banc de l'Oli (a cem metros de casa), ando há anos a prometer a mim próprio que tenho de cá vir - pura intuição - e hoje vai directo para a lista de restaurantes recomendados.
São dias assim que me ligam à vida: trocar de pele é como ressuscitar. Deixamos de ser nós e somo-lo ainda mais. Como se a confirmação do que se é viesse da mudança, da aprendizagem, da renovação - a nossa e a da cidade que diariamente percorremos e de vez em quando reconstruímos -.
Só me falta deixar de tossir.
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Hoje comprei aquela que espero ser a última lata de tinta primária para o interior e o S. não apareceu para fazer a base da sapata do pé do mastro. Esquecera-se de que tinha de ir ao médico. Encostar as pontas do indicadores às dos polegares e fazer Ooooooommm. Costuma resultar, pelos menos nos livros.
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Oiço no Youtube um disco de que gosto sem limites: Magic and Loss, do Lou Reed. Parece que há uma pequena probabilidade (pequena é um exagero. Eu diria micrométrica) de recuperar os meus discos. Se isso acontecer, passo a ser o nómada com mais discos e livros da história. Reflexão interessante sobre a finalidade do ter, mas fica para depois.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.