O termómetro diz que estão oito graus, mas o sol e esta total ausência de vento desmentem-no. Vou ao supermercado comprar metade de meia dúzia de porcarias e aproveito para ir dar um passeio na Panter. Confirmo hoje o que descobri há pouco tempo: sou um escritor. Não no sentido de ter livros publicados e dar aulas de escrita criativa, mas no de transformar em palavras escritas tudo o que vivo - ou pelo menos a maioria do que vivo. Se depois essas palavras são realmente escritas ou não interessa pouco. Nem todas são; mas todas resultam sempre do encontro de uma vida, um par de olhos, uma pele e um espírito, o que já é mais do que muita literatura tem.
Perco-me pelas ruas de Sa Calatrava, um bairro que conheço mal apesar de ter dois dos meus sítios favoritos em Palma (a Sifoneria e o Bar Rita) e consigo descobrir mais um lugar onde ir, este aberto aos domingos. Chama-se Café Santa Fe e fica na Plaza de Santa Fe, coincidência nada fortuita, aposto. O café parece um transplante do bar Rita e de - provavelmente - alguns milhares de outros espalhados pela cidade fora; a pequena praça de Santa Fe igualmente: Palma tem montes de praças destas, uma das coisas que a torna adorável: pedala-se tranquilamente por ruas onde já se passou mil vezes sem olhar, um dia olha-se e por qualquer razão descobre-se mais um café, um bar, uma praça, um sítio de onde nem com o frio se tem vontade de sair.
É como Lisboa: dá-se aos poucos e a quem a procura sem olhos de ver. Com eles, só se vê o que já se viu ou se quer ver.
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O Tati fecha hoje. O próximo será ainda melhor.
Perco-me pelas ruas de Sa Calatrava, um bairro que conheço mal apesar de ter dois dos meus sítios favoritos em Palma (a Sifoneria e o Bar Rita) e consigo descobrir mais um lugar onde ir, este aberto aos domingos. Chama-se Café Santa Fe e fica na Plaza de Santa Fe, coincidência nada fortuita, aposto. O café parece um transplante do bar Rita e de - provavelmente - alguns milhares de outros espalhados pela cidade fora; a pequena praça de Santa Fe igualmente: Palma tem montes de praças destas, uma das coisas que a torna adorável: pedala-se tranquilamente por ruas onde já se passou mil vezes sem olhar, um dia olha-se e por qualquer razão descobre-se mais um café, um bar, uma praça, um sítio de onde nem com o frio se tem vontade de sair.
É como Lisboa: dá-se aos poucos e a quem a procura sem olhos de ver. Com eles, só se vê o que já se viu ou se quer ver.
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O Tati fecha hoje. O próximo será ainda melhor.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.