Menos três / duzentos e vinte e oito / zero. Três números que definem e delimitam outro glorioso embarque num avião: três boras antes da descolagem estava a duzentos e vinte e oito quilómetros do aeroporto, com zero meios de transporte definidos e muito menos reservados. Se volto a ouvir alguém dizer mal da internet, dos telefones portáteis e da modernidade em geral não sei o que faço. (Provavelmente nada; limito-me a pensar "idiota", ou "coitado", no caso de ele o ser já de antes). Desta vez quem me tirou de apuros foi a Blablacar e quem me meteu neles foi a habitual mistura de desleixo, falta de vontade de pactuar com companhias aéreas que de baixo so têm o serviço e a aplicação daquela regra simples da ética que diz "Não faças aos outros o que não queres que fe façam a ti."
As recompensas do outro mundo motivam-me pouco. Desta vez confirmei apenas que se pode ser correcto e atingir os nossos objectivos. Dependendo desses objectivos, claro. Devemos escolhê-los de forma a podermos comportarmo-nos de uma forma aceitável.
Enfim, vasto debate. A ética sai caro, é coisa de ricos. Ou se tem dinheiro para ela ou se aceita não o ter. Seja como for: agora é tarde para ser dono de um avião privado (a menos que me saia o toto-milhões, pouco provável porque raramente o compro), mas não é tarde para continuar a não fazer aos outros o que não quero que me façam a mim.
(Devo dizer que a minha bondade foi premiada com um par de mamas do outro mundo - o mundo jovem - generosa mas não devassamente expostas mesmo ao meu lado no avião? A ética compensa.)
..........
Chego a Palma e sou recebido de braços abertos, graciosa e opulentamente: depois de tratadas as formalidades do automóvel acorro ao Aurélio, que está a fechar e só me pode servir um vermute na brasa e me aconselha uma tasca do outro lado da rua que é, diz ele, muito boa. Diz ele, digo eu e dirá qualquer pessoa de bom senso ou bom gosto, coisa que às vezes sou.
As recompensas do outro mundo motivam-me pouco. Desta vez confirmei apenas que se pode ser correcto e atingir os nossos objectivos. Dependendo desses objectivos, claro. Devemos escolhê-los de forma a podermos comportarmo-nos de uma forma aceitável.
Enfim, vasto debate. A ética sai caro, é coisa de ricos. Ou se tem dinheiro para ela ou se aceita não o ter. Seja como for: agora é tarde para ser dono de um avião privado (a menos que me saia o toto-milhões, pouco provável porque raramente o compro), mas não é tarde para continuar a não fazer aos outros o que não quero que me façam a mim.
(Devo dizer que a minha bondade foi premiada com um par de mamas do outro mundo - o mundo jovem - generosa mas não devassamente expostas mesmo ao meu lado no avião? A ética compensa.)
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Chego a Palma e sou recebido de braços abertos, graciosa e opulentamente: depois de tratadas as formalidades do automóvel acorro ao Aurélio, que está a fechar e só me pode servir um vermute na brasa e me aconselha uma tasca do outro lado da rua que é, diz ele, muito boa. Diz ele, digo eu e dirá qualquer pessoa de bom senso ou bom gosto, coisa que às vezes sou.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.