Mudei de casa, finalmente. Isto é, mudei de planeta. Vivo agora no quarto onde vivi quando há oito anos cheguei pela primeira vez a Palma. N. cresceu, tem muito trabalho mas continua o mesmo homem puro (isto parece estúpido, eu sei. É tudo menos.) Que jantar maravilhoso. Experimentei uma mistura de especiarias chamada Merken mix. Aparentemente vem do Chile (isto é um anglicismo. Podem pesquisar no Google). Tive sorte. Tive sorte com tudo: com o guisado, com o picante, com o vinho do N., com o N., com o veleiro que hoje me disse que ia arrancar com a genoa, com o rigger, com a namorada que é e um dia será, com o A. C. que vem de Maputo, com... Pouco importa. A lista é demasiado grande. Basta dizer tenho sorte, pronto!, e estou decidido a gozá-la enquanto durar, a chupá-la até não lhe ficar uma gota dentro, a vivê-la até se me esgotar o tempo. O carteiro um dia trará a conta, eu sei. Por isso mesmo deixo aqui agora este registo, para que quando chegue a hora de pagar me lembre de quão bom foi o repasto.
E sim, é bom. É mais do que bom. Está dito.
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Gosto de poesia que se come. Não sei como explicar isto se não, talvez, comparando com o vinho, com aquela expressão - tão bonita - "mastigar o vinho". Eu gosto de poesia que se mastiga, que sabe a pão com manteiga de manhã, a bacon frito com ovos estrelados e café, gosto de poesia que se mordeu, comeu e vomitou. Talvez a palavra-chave seja essa mesmo: vomitou.
Correcção: gosto de poesia que se comeu e vomitou.
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Resumo do jantar com N.: nunca serei um realista pela razão simples e irrefutável de que sei o que é ser realista, mas prefiro de longe a companhia de quem não o é.
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O primeiro jantar "Ler por aí" (o seu a seu dono) de Palma vai ter como tema o livro Zen e a Arte da Manutenção das Motocicletas - em espanhol, claro. Procuro o segundo. De Pitigrilli a Agustina, passando por Tabucchi e pelos Segredos do Mediterrâneo há de tudo. A ideia original era Mistérios, mas a edição espanhola está esgotada. Un seul livre vous manque et le monde est surpeuplé.
.......
Dia oito vou falar na Reitoria da Universidade do Porto, às seis da tarde. A hora foi bem escolhida: as minhas amigas do Porto estarão decerto ocupadas, mas poderemos jantar depois. Volto para Palma no dia seguinte às sete da manhã, de modo será um jantar ou muito curto ou muito longo.
E sim, é bom. É mais do que bom. Está dito.
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Gosto de poesia que se come. Não sei como explicar isto se não, talvez, comparando com o vinho, com aquela expressão - tão bonita - "mastigar o vinho". Eu gosto de poesia que se mastiga, que sabe a pão com manteiga de manhã, a bacon frito com ovos estrelados e café, gosto de poesia que se mordeu, comeu e vomitou. Talvez a palavra-chave seja essa mesmo: vomitou.
Correcção: gosto de poesia que se comeu e vomitou.
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Resumo do jantar com N.: nunca serei um realista pela razão simples e irrefutável de que sei o que é ser realista, mas prefiro de longe a companhia de quem não o é.
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O primeiro jantar "Ler por aí" (o seu a seu dono) de Palma vai ter como tema o livro Zen e a Arte da Manutenção das Motocicletas - em espanhol, claro. Procuro o segundo. De Pitigrilli a Agustina, passando por Tabucchi e pelos Segredos do Mediterrâneo há de tudo. A ideia original era Mistérios, mas a edição espanhola está esgotada. Un seul livre vous manque et le monde est surpeuplé.
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Dia oito vou falar na Reitoria da Universidade do Porto, às seis da tarde. A hora foi bem escolhida: as minhas amigas do Porto estarão decerto ocupadas, mas poderemos jantar depois. Volto para Palma no dia seguinte às sete da manhã, de modo será um jantar ou muito curto ou muito longo.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.