A noite está obscenamente linda, pacífica. Uso o advérbio de modo de propósito: parece que a cidade atravessa uma petite mort. Como se tivesse passado o dia todo num indescritível deboche e agora descansasse, saciada e feliz.
Não sei. Talvez. Passei o dia - ou pelo menos a parte dele que antecede e sucede à sesta - a rever as provas do livro, mais uma revisão. Reler-me é doloroso por várias razões, sendo uma delas - quiçá a primeira - não conseguir desfazer-me da ideia de que houve pessoas inteligentes e cultas que gostaram daquela interminável sucessão de asneiras e de erros de português.
A decisão de publicar é irrevogável, tal como a de publicar o resto do blogue. Não sou Laurence Sterne, mas posso ir publicando volumes após volumes. Há matéria bruta para isso (o adjectivo tão-pouco é filho do acaso). O que vai mudar, de certeza, é a metodologia.
Bebo copos de vinho na Rambla, numa tasca que há muito queria conhecer. A bolognese estava uma merda, claro. Enfim, uma merda em bemol, uma meia merda. Já o vinho é porreiro. São búlgaros, diz-me o empregado. É simpático e eficaz, vai bem com a calma da Rambla, da noite, de tudo.
Se não chover amanhã, o I. vai pintar as listas de alumínio. Terça ou quarta-feira arvoramos, se tudo correr bem. Ficam a faltar panos, convés e pormenores.
Talvez esta calma que vejo na cidade, esta paz que me acaricia venha daí, quem sabe? Esquecidos os sarilhos, ameaças e chatices que só na segunda-feira recomeçarão.
A quem - como eu - pensava que África começa no Guadiana: desengane-se. África começa nos Pirinéus, como tão bem afirmou o velho Charles.
Não sei. Talvez. Passei o dia - ou pelo menos a parte dele que antecede e sucede à sesta - a rever as provas do livro, mais uma revisão. Reler-me é doloroso por várias razões, sendo uma delas - quiçá a primeira - não conseguir desfazer-me da ideia de que houve pessoas inteligentes e cultas que gostaram daquela interminável sucessão de asneiras e de erros de português.
A decisão de publicar é irrevogável, tal como a de publicar o resto do blogue. Não sou Laurence Sterne, mas posso ir publicando volumes após volumes. Há matéria bruta para isso (o adjectivo tão-pouco é filho do acaso). O que vai mudar, de certeza, é a metodologia.
Bebo copos de vinho na Rambla, numa tasca que há muito queria conhecer. A bolognese estava uma merda, claro. Enfim, uma merda em bemol, uma meia merda. Já o vinho é porreiro. São búlgaros, diz-me o empregado. É simpático e eficaz, vai bem com a calma da Rambla, da noite, de tudo.
Se não chover amanhã, o I. vai pintar as listas de alumínio. Terça ou quarta-feira arvoramos, se tudo correr bem. Ficam a faltar panos, convés e pormenores.
Talvez esta calma que vejo na cidade, esta paz que me acaricia venha daí, quem sabe? Esquecidos os sarilhos, ameaças e chatices que só na segunda-feira recomeçarão.
A quem - como eu - pensava que África começa no Guadiana: desengane-se. África começa nos Pirinéus, como tão bem afirmou o velho Charles.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.