25.5.20

Nem sempre dês aos outros o que eles te pedem

É óbvio que quem impôs o confinamento e a paragem da economia não foi quem vive num casebre "social" e não sofre de cortes nos salários. Vive em casas espaçosas e tem a massa assegurada ao fim do mês. O facto de terem sido as massas panicadas a exigir-lhes o que agora têm não é grande argumento. Poderia ser, não lhe fosse a desumanidade. Há uma assimetria na informação. As massas não tinham acesso às informações de Jorge Torgal ou de Pedro Simas (não falo de André Dias, embora na minha opinião devesse ser incluído no mix). As massas panicadas têm o que pediram e agora vão para as filas das misericórdias pedir comida e eu acho indecente que tenham tido o que pediram e que agora tenham de ir pedir comida.

Isto tudo vai obrigar-me a rever / aprofundar / afinar o meu apreço pela democracia directa, coisa que farei mal chegue à Suíça e tenha informações mais fiáveis. Até lá, continuarei a achar lamentável que um cobardolas que ao primeiro alarme se refugiou num casarão em Cascais venha agora pedir ajuda para as quatrocentas mil pessoas que segundo ele estão com fome. («Segundo ele» porque provavelmente serão mais.)

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