A pergunta é sempre a mesma: "como é melhor entrar na dor - de chapão ou pouco a pouco?" e as respostas também:
a) Não sei;
b) O melhor é não entrar de todo;
c) Cada dor tem uma forma de nela se enterrar.
Numa noite límpida nos trópicos, com a Lua cheia ou lá perto, vê-se frequentemente os cumulus a passarem-lhe por baixo. Às vezes ocultam-na completamente; outras, só um pouco. É sempre bonito de se ver. Um tipo está de quarto, sozinho no poço. A tripulação dorme, vem-lhe à mente aquele haiku que termina com "nada entre mim e a Lua", pensa "Não é verdade. Há as nuvens". As cores são: preto e prateado. Um bocadinho de branco na esteira, outro na amura, se for depressa.
Entrar na dor intermitentemente, dela sair, voltar a entrar. Às vezes até acima, outras até à cintura, só. Saber que ela tem fim.
(Para a C. R., com um beijo.)
(Para a C. R., com um beijo.)
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.