Pouco a pouco, mergulho na cidade triste. Jantei (jantámos, a armadora e eu) no Gustar e bebi um rum no Antiquari. Mergulho - ou melhor, pedalo - no calor. A transpiração parece-me uma saída em massa dos demónios todos, como se estivesse a expulsar o pior de mim, sabendo claro que nunca o expulsarei todo: esta coligação de calor e glândulas sudoríparas em boa forma é imparável. Não há mal que lhe faça frente.
Estou cansado. Enquanto transpirar demónios está tudo bem.
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A anca lá vai levando gelo. Por agora é o que tenho para lhe dar. Sossego, só de raspão - como sempre foi, de resto: sesta prolongada, cama mais cedo... Nada de mudanças radicais. A ver como é que aquilo responde. Só me apetece cortar a perna e substituí-la por uma nova, igual à que tinha antes de saber contar até sessenta e dois.
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Agora que posso finalmente ver o futuro, parece-me muito longo. Meia dose do que me espera chega e sobra para acabar o que falta.
Só espero é que ninguém se lembre de me ir carregando o alforje.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.