As minhas pequenas qualidades bóiam num mar de defeitos e incapacidades como farófias no molho de baunilha. O pouco que sei fazer faço-o bem, não por especial dom mas por ser incapaz de o fazer mal. Sou honesto por falta de imaginação, directo e frontal por não saber mentir como deve ser.
Aprendi com o tempo a conviver com os meus defeitos. Aceito-me apaziguado. Os anos de revolta ou de crença injustificada em super-poderes passaram.
Só há uma coisa em mim contra a qual me revolto, que todos os dias lamento ter de suportar: a incapacidade total de conviver com a estupidez. É um problema grave - pejorado pelo facto de até agora ter vivido num mundo encantado, onde a maioria dos habitantes era inteligente e sabia melhor do que ninguém o que é melhor para si-própria. A coisa que mais me faz sentir a falta do meu Pai é esta. Ele tinha um jeito para lidar com estúpidos... Não é bem verdade. Ele tinha jeito para lidar com toda a gente, incluindo mentecaptos. Eu não. Dou-me bem com a maioria das pessoas que cruzo, mas com a estupidez não há maneira.
Digo isto com pena, tanto mais que vislumbro aqui um sinal de estupidez. Se fosse inteligente isto não aconteceria e teria a confederação de tolos toda atrás de mim.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.