Habito esta carcaça que pouco a pouco se desfaz. É como viver dentro de um terramoto ao retardador. Aquela semana em Atenas depois do sismo foi uma antevisão do que me espera: tudo colapsa à minha volta menos o M. e respectiva, o dono da pensão (nessa altura não havia hostels), eu. Éramos poucos. A cidade desfeita, demolida, habitada por meia dúzia de resistentes (no meu círculo. Outros haveria). Não por heroísmo ou estoicismo. Nada disso.
Questão de gozo, de revolta, de vida.
Lembro-me do café com brandy nas tascas da Plaka... Lembro-me de mais coisas do que agora quero aqui contar.
Hoje vejo este corpo que se desfaz e o vinho que lhe falta, coitado e penso na Plaka. Estúpido de mim!
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.