Enrola-te se quiseres na noite, no cansaço, no medo, no frio. Todos os braços estão abertos para receber quem neles quer entrar. Aconchega-te na música que ao longe ouves, deixa-te ir por esse rio abaixo, hirto, tronco de uma velha árvore, duro e pálido cadáver que sonhas ser, como foste em vida. Sonha: da solidão levas o melhor, da companhia também, do amor conheceste o suficiente para encher três rios. Morre farto, enredado nesse cansaço de que não te separas, nesses braços que te asfixiam. Morrer não passa de oferecer ao passado o futuro embalado e selado.
Respira fundo. Expira.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.