Dizem-me frequentemente que estou obcecado com a pandemia. Claro que estou. Não percebo é como se pode não estar.
É uma desumanidade inconcebível, é maldade, insensibilidade, solipsismo, prova da incapacidade de integrar na mistura o preço que se está a pagar por ela, de avaliar a crise holisticamente. Concentram-se no número de mortos Covid, a reboque dos jornais, e esquecem o número de mortos não-Covid, as mortes que estão a provocar por falta de tratamento, o colapso da economia - e respectivo cortejo de mortes e abjecção -, a miséria social que estão a provocar, a degradação da situação política. Dói-me e mói-me quotidianamente, sim.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.