Deitado, o senhor pensa em carreiros. Todos: os que ligam os ontens a hoje, hoje aos diferentes amanhãs que nos chamam, os outros a nós e nós aos outros (nem sempre são os mesmos), os carreiros que durante a noite silenciosas formigas percorrem, investigando-lhes as formas, os cheiros, as cores, as sílabas. Tenta adivinhar quantos há, quantos carreiros saem de nós e quantos recebemos; quais os alegres, iluminados, leves, quentes, direitos e quais os outros, frios e empedernidos.
Adormece tranquilamente quando pensa - ou será um sonho, já? - que os carreiros mudam, como nós. Ou melhor: connosco.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.