Um pão, duas garrafas de vinho, três cervejas, quatro tangerinas, tudo isto afogado numa tristeza imensa, numa saturação sem limites. Os um ganham, quantitativa, qualitativamente, objectiva e subjectivamente.
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A frase «António Costa está de cabeça perdida» é factualmente incorrecta. Não se pode perder o que não se tem. Deve ser substituída por «Aquilo que em António Costa passa por cabeça anda perdida.» Não é o único, mas com o mal dos outros posso eu bem. (Isto também é factualmente incorrecto. O mal dos outros afecta-me e muito. O meu recreio é a Europa Ocidental e os EUA. Que os outros se lixem, que o meu recreio se foda.)
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A opção de vir fazer a operação ao Porto em vez de a fazer em Palma comprova simplesmente algo que já sabia: a minha pátria é a língua portuguesa (o francês é outra coisa, é uma pátria adoptiva, uma pátria na qual sou um emigramte de longa duração, um hóspede que se incrusta, um amante que não se casou pela igreja e agora se arrepende amargamente).
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Um círculo, uma parede para bater com a cabeça: um poço. Uma vida. Um.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.