11.3.21

Tratado de saber viver para uso das novas gerações - a escolha de uma banheira

Há muito tempo que não publico um post dirigido aos jovens casais. Está mal: os jovens têm tudo a ganhar com a experiência dos mais velhos, que por sua vez têm a obrigação de a partilhar com os mais jovens.

O conselho de hoje refere-se às banheiras, tantas vezes e injustamente desprezadas no momento da compra da casa. Uma banheira é uma peça essencial para a felicidade de um jovem casal.

Deve ser suficientemente grande para acolher os dois. Este é o primeiro parâmetro. Em segundo lugar, a banheira deve ter a torneira no meio e não numa das extremidades. Isto porque frequentemente a senhora fica do lado da torneira, o que é desvantajoso em termos de conforto e causa desigualdade: será ela quem se verá na obrigação de regular a temperatura da água, uma tarefa que ganha em ser partilhada. Em seguida, uma banheira deve ter um dos bordos suficientemente largo para pousar o copo de rum e o cinzeiro para o charuto do jovem (a uma senhora a quem desagrade o cheiro de um bom charuto desaconselha-se o casamento. Há muitos conventos a precisar de freiras.)

Estes três quesitos preenchidos, pode ir-se ao banho propriamente dito. Sais de banho são, por assim dizer, sine qua non. Misturados com espuma, claro. Ambos devem ser escolhidos de comum acordo. Quanto à temperatura da agua, a biologia torna o compromisso quase impossível: as senhoras preferem água muito quente, enquanto um cavalheiro a prefere morna (daí a importância da localização da torneira). Os ajustes são milimétricos, centésimo de grau para aqui, centésimo de grau para ali.

O senhor deve entrar primeiro. Saber se já vem com o rum e o charuto ou se é a senhora que lhos traz é irrelevante. O charuto não deve ser demasiado grande. Um petit corona é a dimensão ideal: nunca se deve fazer esperar demasiado uma jovem senhora, sobretudo quando ela partilha uma banheira connosco. Enterrados em espuma, envolvidos pelo cheiro do tabaco puro, amaciado o senhor pelo rum, a conversa orientar-se-á inevitavelmente para temas sensuais e para a exploração do potencial da tepidez no desenvolvimento de actividades lúdicas. 

Infelizmente, isto excede o âmbito deste artigo, cujo objectivo se limita a explicar aos jovens casais alguns pontos importantes sobre as banheiras. O que fazer dentro delas e como fica - talvez - para uma próxima publicação. 

(A marca Vega Robaina produz uns charutos excelentes, que combinam muito bem com um rum El Dorado 15 anos, mas isto são simples e inocentes sugestões.)

Sem comentários:

Enviar um comentário

Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.