O objectivo inicial era simples: baixar o nivel de coiso no coiso. Peguei na matrona (elegante e confortável matrona, diga-se) e fui ao armazém deixar um saco e buscar uma garrafa de gás que deixei a bordo. Amanhã trocá-la-ei por uma cheia. Dali pedalei para Leste, vinte nós de vento ligeiramente pela alheta, céu azul, luz densa dos dias primaveris. Fiquei-me um bocadinho antes de S'Arenal. Aquele último troço é abominável de feio, hotel atrás de beach hotel atrás de beach club atrás de rent-a-bike atrás de «bar, café e restaurante». As palmeiras estavam pálidas e tímidas, mal se viam. A maioria das senhoras adoptou uns horríveis bikinis que desaparecem pelas nádegas dentro (e em contrapartida deixou de tirar a parte de cima, erro menor se comparado com o outro). Percebo que eles não se vejam a si próprias mas podiam ver o efeito nas outras. É abominável, uma aberração execrável, uma falta de respeito pelos homens oprimidos pelas figuras da beleza. Espero que esta moda passe depressa e tornem rapidamente ao saudável topless, que mesmo nos piores casos é mais agradável à vista do que aquelas nádegas nuas encimadas por um triângulo de pano que não serve para nada se não para provar a existência da fealdade.
De resto, pouco: o objectivo foi alcançado - medi quando cheguei a casa e estava quase aceitável; a vista de pessoas com máscara começa a provoca-me borbulhas psicológicas graves; o hoummus que comi num desses bar-café-restaurante era mau, mas ninguém espera comer seja o que for decente para leste de Portixol e portanto não me senti particularmente aldrabado.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.