"Todas as cidades são geológicas e não podemos dar três passos sem topar com fantasmas, armados com todo o prestígio das suas lendas. Evoluímos numa paisagem fechada cujos pontos de referência nos puxam incessantemente para o passado. Certos ângulos moventes, certas perspectivas fugazes, permitem-nos entrever concepções originais do espaço, mas esta visão continua a ser fragmentária."
Gilles Ivain, in Relatório sobre a construção das situações e sobre as condições da organização e da acção da tendência situacionista internacional, ed. Barco Bêbado, pág. 47.
O gozo de se ter mais livros do que aqueles que três vidas nos permitiriam ler é este: encontrar pérolas sem ter de mergulhar em apneia, revisitar o passado e com ele - com os pedaços dele que como restos de um naufrágio vêm dar à praia - construir a tenda onde hoje e amanhã dormiremos.
"A arte pode deixar de ser uma relação sobre as sensações para se tornar uma organização directa de sensações superiores. Trata-se de nos produzirmos nós próprios, e não coisas que nos subjugam."
Guy Debord, in ditto, pág. 58.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.