No comboio para o Porto. Duas filas à minha frente um senhor fala ao telefone. Visivelmente não acredita na capacidade do aparelho transmitir aquilo que diz ao seu interlcutor e faz os possíveis para que este o oiça directamente, sem mediações suspeitas. Toda a carruagem fica a saber que o senhor tem problemas «dos joelhos para baixo». Perde a sensibilidade, ou coisa que o valha. Da sensibilidade do homem não sei, mas do seu bom senso e da sua educação sei: algo me diz que nunca os teve. Abandono o meu lugar e venho para o bar, vazio e silencioso.
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De regresso ao Porto, infelizmente por muito pouco tempo. Não chega a meia dúzia de horas. Pergunto a mim mesmo se não teria feito melhor trocando de olhos. Talvez por um par deles vindos de um socialista, ver se começo a olhar para a merda de governo que temos com os olhos adequados.
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Pelo menos o dia está lindo. O trajecto de bicicleta de S. Bento à Foz vai ser uma maravilha. (Pequena nota lateral: a CP bem podia encontrar outro sistema para levar bicicletas. Assim penduradas dá-me cabo do guarda-lamas traseiro. Para não mencionar a entrada e saída nas carruagens. Seria preferivel pagar-se o transporte das burras e ter um seriço melhor.)
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.