De maneira sexta de madrugada lá estou a caminho do aeroporto, sexta à noite durmo em Roses e sábado de manhã venho por aí fora até Blanes, sozinho como vim ao mundo. O azul salgado e eu e o barulho de um motor atrás. A ideia é vir devagar para não gastar muito combustível. E para fazer durar...
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Ontem à tarde comprei um maço de cigarros. Já foi quase todo. Ao mesmo tempo, continuo esta entrada - começada no Lo Divino - no P. Soma de mais um menos um é igual a zero, diz a álgebra. Não sou assim tão pessimista. Escrever no P. vale mais do que um: hierbas secas no fim de um braço direito quase sem dores (e sem analgésicos), os salmos de Orlande de Lassus, a ideia de que não tarda o P. estará habitável... As parcelas da soma não estão correctas. Claro que se fizesse uma fotografia de como isto está quem a visse pensaria que não percebo nada de álgebra. Não entro nessa discussão. A minha álgebra é melhor do que a tua pela razão simples e inexpugável de que é minha.
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Mudo para as Vésperas do Rachmaninov. Quero ouvir uma coisa que conheço. Estou farto de descobertas. Amanhã de manhã tenho o Enver. Vai acabar o traveller e começar a pintura do convés. Para a semana tenho o J. W. e o Dimitri. A porta fecha-se. Tenho é não sei quantos dedos entalados, mas isso é outra história. Há cinco anos que não vivia aqui, onde espero viver os próximos cinco. Ou dez. Ou vinte. O único senão são os livros, coitados, Sem mim não dormem.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.