A paráfrase perfeita seria deito-me "nos braços da exígua noite", límpida e linear. Contudo hesito: deito-me "nos exíguos braços da noite"? Deitamo-nos? A noite é exígua para nos acolher aos dois. Tem os braços demasiado curtos para nos abraçar. Os exíguos braços desta luz que acendeste e agora não sei apagar. Procuro-te nesta exígua noite, neste pequeno beliche cuja forma de V me faz pensar em ti, no nosso exíguo amor, tão breve, tão eterno. Como se o V estivesse deitado, pássaros em formação de voo migratório no exíguo espaço que nos coube em sorte. Ou que construímos os dois, pedra a pedra, olhar a olhar. Nos exíguos braços do imenso amor que nos acolheu.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.