A noite cai sobre Lisboa, o sol afunda-se no rio e em mim num destes intermináveis crepúsculos que são os meus dias desde que me conheço: um longo dia ao qual sucede um longo crepúsculo, como se a vida não tivesse mais nada que fazer senão explicar-me o verdadeiro sentido de alternância: o dia e a noite, a maré baixa e a preia-mar, a tira de choco na Ginginha Popular e o copo de vinho branco, o pedal que baixa e o que sobe, o olho esquerdo que não vê e o direito que sim, a Lua que ora cresce ora mingua. Lisboa, no fundo: hoje eu amo-a, amanhã ela detesta-me.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.